sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Dia cinzento…

Lá fora a chuva cai…
Hoje amanheceu chovendo,
O sol escondeu o seu brilho,
O céu colocou um véu cinzento,
Nostalgia de um dia de Outono…
Um dia frio e triste, que nos deixa saudades dos dias de sol.
Um dia que nos faz pensar, e que nos apaga o sorriso…
Lá fora a chuva cai…
Gota a gota vai batendo no vidro da janela, e escorre lentamente.
O ritmo das coisas parece abrandar,
Uma árvore que se agita, uma folha que cai…
O fio de água que vai correndo pela calçada…
O Outono é tempo de renovação,
Libertar aquilo que nos prende, e impede de avançar,
Deixar cair as coisas velhas, para nos podermos renovar.
Aproveitemos esta pausa para nos renovarmos, nos libertarmos,
Aproveitemos para pensar e tomar decisões, escolher rumos…
A terra acolhe a água que lhe dá vida, para mais tarde se vestir de verde.
E onde vamos nós beber? Saciar a nossa sede de vida?
As folhas, antes de deixarem a árvore, mudam de cor,
E as árvores ficam com um novo colorido.
Parece que um pincel por ali passou e as salpicou,
E cada folha faz um bailado nas mãos do vento.
Olhemos as coisas belas que o Outono nos trás,
E esqueçamos cinzento do dia de hoje.

Pedro Bernardo
29 Outubro 2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Olhares…

Há olhares que se cruzam,
Há olhares que se vêem.
Há olhares vazios, frios,
Há olhares que nos aquecem a alma!

Um olhar, uma palavra, um beijo...
Um coração que salta de alegria...

Um abraço, um calor que se dá…
A cumplicidade de um toque,
Calor que enche o peito,
Um brilho no olhar...

Amor, carinho, paixão…
Uma flor, um sorriso,

Um raio de sol que rasga a tristeza...
Uma lágrima que teima em cair…
As lágrimas são o alívio do coração,
Que não consegue aguentar mais emoção, ou dor...

Pedro Bernardo
22 Outubro 2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Olhar para dentro…

Olho para dentro de mim e não entendo o que vejo.
Ouço o eco dos meus pensamentos e não entendo o que ouço.
Sinto as lágrimas do coração e não entendo porque chora.
Vejo um sorriso no rosto e não entendo porque sorri.

Uma névoa cinzenta, uma dor que magoa.
Um alívio numa lágrima, uma fuga num sorriso.
Olho mas não entendo, sinto mas não sinto.
De fora para dentro, nada vejo no interior.

Procuro um sentimento, busco uma lembrança.
Procuro um apoio onde me agarrar.
Um sorriso que me recorde uma alegria.
Um olhar que me indique a felicidade.

Procuro um toque, um abraço,
Uma ancora, para que a tristeza não me arraste.
Procuro um ombro amigo, uma palavra serena,
Uma praia deserta, um mar revolto que devolva a vida.

Olho para dentro em busca de mim.
Procuro a essência, o meu eu.
Sozinho nada vejo, talvez me possas ajudar,
Ao meu lado, a olhar na mesma direcção.

Sozinho, eu olho, ouço e sinto.
Contigo, eu vejo e entendo.
Sozinho estou perdido.
Contigo volto a me encontrar.

Pedro Bernardo
13 Outubro 2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Podes escolher...

Acordei com o barulho do vento, lá fora tudo se agita, nada fica no lugar.
O céu está cinzento, as nuvens movem-se carregadas, quase negras.
A chuva cai, a água escorre pelo chão.
A temperatura desceu, está frio.
E eu, tenho um dia pela frente…

Volta ao início, rebobina…, há outro ponto-de-vista…

Acordei, lá fora o vento canta, e faz sair música das ramagens das árvores.
No céu cinzento as nuvens bailam numa mistura de branco e cinza.
A chuva chegou, e tudo ganha nova cor, mais intenso…
Com o frio, saltam dos armários as camisolas coloridas.
E eu, tenho um dia pela frente…


Coloca um sorriso no rosto,
Arregaça as mangas,
Enfrenta o novo dia,
E faz o favor de ser feliz…

Pedro Bernardo
08 Outubro 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Lágrimas tuas...

No momento da partida a tua voz ficou fraca e rouca, as palavras saíam mais lentas.
Desviaste o olhar, esses teu olhos…,
Perguntei se choravas, disseste que não, era da chuva que caía…
Chuva? Pensei que eram lágrimas tuas.
Dissemos adeus, mas não um adeus para sempre.
Para sempre só mesmo os laços que criámos, os momentos que vivemos, os olhares que trocámos.
Voltaremos a nos cruzar? Talvez sim, ou talvez não…
Mas olha bem á tua volta, vê as flores, chegou a hora de deixarem o vento arrancar as sua belas pétalas e lança-las para longe.
Murcham, morrem, mas só assim é possível que na próxima primavera os campos fiquem de novo cheios de cor. Morrem por amor a algo maior.
Querem nos mostrar que não é um adeus, é um até breve…
E em cada primavera, em cada raio de sol, em cada gota de orvalho brilhando pela manhã, em cada flor que teima em nascer ao longo do caminho, é aí que me verás, é aí que eu recordo o teu olhar, o teu sorriso.
A chuva cai, uma gota escorre-me pelo rosto, toca-me os lábios, é salgada… afinal sempre são lágrimas tuas…

Pedro Bernardo
04 Outubro 2010