segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Lágrimas tuas...

No momento da partida a tua voz ficou fraca e rouca, as palavras saíam mais lentas.
Desviaste o olhar, esses teu olhos…,
Perguntei se choravas, disseste que não, era da chuva que caía…
Chuva? Pensei que eram lágrimas tuas.
Dissemos adeus, mas não um adeus para sempre.
Para sempre só mesmo os laços que criámos, os momentos que vivemos, os olhares que trocámos.
Voltaremos a nos cruzar? Talvez sim, ou talvez não…
Mas olha bem á tua volta, vê as flores, chegou a hora de deixarem o vento arrancar as sua belas pétalas e lança-las para longe.
Murcham, morrem, mas só assim é possível que na próxima primavera os campos fiquem de novo cheios de cor. Morrem por amor a algo maior.
Querem nos mostrar que não é um adeus, é um até breve…
E em cada primavera, em cada raio de sol, em cada gota de orvalho brilhando pela manhã, em cada flor que teima em nascer ao longo do caminho, é aí que me verás, é aí que eu recordo o teu olhar, o teu sorriso.
A chuva cai, uma gota escorre-me pelo rosto, toca-me os lábios, é salgada… afinal sempre são lágrimas tuas…

Pedro Bernardo
04 Outubro 2010

Sem comentários: